Wednesday 15 January 2020

LEONOR


Não há cravos nem peixes. Não há erva
que alimente os cavalos da poesia.
Não há cornos que marrem esta merda
nem palavras que se enforquem de alegria.


Leonor vai descalça. E mutilada.
Nem formosa nem segura. Minha dor!
Não há cravos nem peixes. Não há nada.
As palavras morrem todas, meu amor.

Não há cravos nem peixes. Não há erva
que alimente os cavalos da poesia.
Não há cornos que marrem esta merda
nem palavras que se enforquem de alegria.

Leonor: antes ser morta que ser serva!
Mil vezes mais a dor que a cobardia!

Joaquim Pessoa
in AMOR COMBATE