Tuesday 30 October 2012
Saturday 27 October 2012
irreversível
é a irreversibilidade
que nos constrói,
a permanência de tudo,
dos actos mais que das coisas.
é a persistência, mesmo inconstante,
das marcas na alma, nos olhos e na pele,
que faz da vida vida
e da morte morte.
Miguel Tiago
que nos constrói,
a permanência de tudo,
dos actos mais que das coisas.
é a persistência, mesmo inconstante,
das marcas na alma, nos olhos e na pele,
que faz da vida vida
e da morte morte.
Miguel Tiago
Wednesday 24 October 2012
Sunday 21 October 2012
colectivo
pudera eu indicar-te o caminho
por onde desbravares a vereda,
estreita é certamente,
mas cavada já por muitos antes de mim.
pudera eu dizer-te que trazes cerrados os olhos,
mas mente quem assim te engana,
quem assim tos veda,
esconde de ti a vida e a estrada que tens em frente.
pudera eu dizer-te vem comigo,
que é larga a via,
mas não teria eu força suficiente
para te arrancar do lodo onde te prendem,
para romper a mordaça que te atam,
e libertar as tuas mãos das correntes que tas matam.
mas podemos nós dizer-te
vem connosco, ergue o rosto.
poderás ser um de nós,
e o lodo não será prisão,
nem as mordaças limitação.
e serão nossas, nossas mãos,
a ferramenta da vida em construção.
Miguel Tiago
por onde desbravares a vereda,
estreita é certamente,
mas cavada já por muitos antes de mim.
pudera eu dizer-te que trazes cerrados os olhos,
mas mente quem assim te engana,
quem assim tos veda,
esconde de ti a vida e a estrada que tens em frente.
pudera eu dizer-te vem comigo,
que é larga a via,
mas não teria eu força suficiente
para te arrancar do lodo onde te prendem,
para romper a mordaça que te atam,
e libertar as tuas mãos das correntes que tas matam.
mas podemos nós dizer-te
vem connosco, ergue o rosto.
poderás ser um de nós,
e o lodo não será prisão,
nem as mordaças limitação.
e serão nossas, nossas mãos,
a ferramenta da vida em construção.
Miguel Tiago
Thursday 18 October 2012
querida ausência
longo o manto espesso da noite,
tardio nascente.
sempre virá o dia, em passo lento,
tirar-nos o escuro e as estrelas.
tirar-nos a ausência que nos falta.
queima tudo esse sol que nos cega.
Miguel Tiago
tardio nascente.
sempre virá o dia, em passo lento,
tirar-nos o escuro e as estrelas.
tirar-nos a ausência que nos falta.
queima tudo esse sol que nos cega.
Miguel Tiago
Monday 15 October 2012
- sem título -
ontem discorreu-se sobre o que é a poesia.
eu acho que a poesia é o sangue escrito com letras.
Miguel Tiago
eu acho que a poesia é o sangue escrito com letras.
Miguel Tiago
Friday 12 October 2012
Tuesday 9 October 2012
- sem título -
o teu corpo junto ao meu.
a tua anca contra mim,
um suspiro em silêncio,
uma breve luz pela janela,
assim fosse um dia sem fim.
Miguel Tiago
a tua anca contra mim,
um suspiro em silêncio,
uma breve luz pela janela,
assim fosse um dia sem fim.
Miguel Tiago
Saturday 6 October 2012
dias estranhos
o meu vizinho da frente ouve música de merda
quando ele tira a música, fica um silêncio de merda.
Miguel Tiago
quando ele tira a música, fica um silêncio de merda.
Miguel Tiago
Wednesday 3 October 2012
- sem título -
o mar anseia o teu nome,
principalmente
quando as ondas o pulverizam pelo ar,
em gotas de sal,
viajantes, audazes em conquista da terra,
como conquistar-te ousaria a minha coragem
sumida, no tempo e na lenta espera dolente
que faz definhar o mais belo poema.
Miguel Tiago
principalmente
quando as ondas o pulverizam pelo ar,
em gotas de sal,
viajantes, audazes em conquista da terra,
como conquistar-te ousaria a minha coragem
sumida, no tempo e na lenta espera dolente
que faz definhar o mais belo poema.
Miguel Tiago
Monday 1 October 2012
- sem título -
os mais férreos grilhões,
a mais estreita prisão.
os olhos baixos, braços caídos,
a falta de coragem é a derrota do homem
Miguel Tiago
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