Saturday 18 January 2020

GOLPE DE MÃO


Conforme o destino me derruba
e eu me ergo
ignorando o pancada com um golpe de mão

A febre das folhas na raiz
do silêncio

O negrume do medo
a ferir de raspão

De borco fica a morte
a finura da asa
a fissura da alma que me enleia

A dúvida acesa
sem que nunca se acalme
e me vai magoando a vida inteira

Maria Teresa Horta