São rios que brotam do teu ventre de mulher e correm por montes e vales até se espraiarem em lago que corre para o mar. Em dias de acalmia o caudal é menor e podem sempre voltar à nascente, desaguando nesse ventre já cansado como se fosses foz. Em noites de tempestade a senhora das águas ergue-se e o mar, violento e imperativo, rasga-te novamente e penetra-te como sempre o fez, para morrer em teus braços. Abre-se o ventre, centro de ti, e deixas correr as águas como se fossem filhos. E nada os detém até se libertarem, adultos e felizes, no encontro com a maior e mais fecunda das vidas: o mar!