Bom dia também para ti, andorinha do tempo perdido, alma da minha mãe, canto de antero, soneto de luto pela verdade, coragem madura de não ser genial mas ser sublime.
Bom dia ave, bom dia pássaro, bom dia pequena pergunta, afável resposta, bom dia margens de uma fatigada ribeira que regressa quando já nada parecia respirar água, erva, o que mais a terra busca e devolve para ser bom e ser bom dia!
Bom dia primeiro sopro da manhã, imensa claridade que se anima nos ramos e se aninha no coração, sublime criação do autor das estrelas, que te chegas a mim tocando o chocalho dos meus limites, amada irmã, amada amiga, tu que tens um nome original para a eternidade!
Bom dia, então, pedaço de luz, estilhaçada alegria pelos caminhos do tempo, tu que és o contrário da quietude, vento simples das ideias e de tudo o que queima e arde à nossa volta, infinita dúvida que não sei já se é grande, se é pequena, mas é do tamanho de ti!