Wednesday 4 December 2019

A FUGA DE CAXIAS



Foi há cinquenta anos: precisamente o dia 4 de Dezembro de 1961.

«A fuga foi minuciosa e longamente estudada e organizada, sob a orientação do Partido.
Um dos fugitivos, António Tereso, trabalhador da Carris preso em Caxias, tinha fingido ceder à polícia e "rachar" de modo a poder proceder ao reconhecimento do Forte e encontrar meio de fuga.
Meses depois, apresentou-se a oportunidade de a fuga se concretizar utilizando um automóvel blindado que estava em reparação no Forte e que António Tereso se oferecera para reparar.

No dia marcado, 4 de Dezembro de 1961, enquanto os presos encenavam um desafio de futebol num pátio que a PIDE considerava o mais seguro, António Tereso foi buscar o automóvel à garagem e, em marcha atrás, conduziu-o para o pátio.
Ao sinal de "Golo!", gritado por José Magro, os presos entram no carro que arranca de imediato, em grande velocidade, através do túnel, até chegar ao portão do Forte contra o qual embate violentamente e despedaça, lançando-se para o exterior e desaparecendo perseguido pelos tiros da GNR.
No carro seguiam dirigentes e quadros destacados do Partido: Francisco Miguel, José Magro, Guilherme da Costa Carvalho, António Gervásio, Domingos Abrantes, Ilídio Esteves - militantes comunistas que, como os que, em Janeiro de 1960, se tinham evadido de Peniche, regressaram à luta clandestina pela liberdade e pela democracia»
(entre os fugitivos encontrava-se também Rolando Verdial que, posteriormente, traíu o Partido e se passou para a PIDE).