Os ratos são covardes.
Os ratos mordem, pela calada,
correm,
saltam,
fogem,
mijam
- Têm medo da Madrugada.
Os ratos têm ratas
que não parem
- «Dão à luz»
Mas vivem na escuridão...
E também têm filhos,
coitados dos filhos!
- Têm de ser ratos à força.
Há ratos felpudos, carnudos,
de conselhos de administração...
Há ratos amarelos, pés-de-lã,
de corredores de prisões...
Há ratos sanguíneos, róseos, taurinos,
linfáticos, atebrínicos, fleumáticos,
e de todos os tamanhos, feitios e cores...
Os ratos são finos:
quando a água entra,
até fogem dos vapores...
Os ratos são muitos!
Os ratos são demais!
Mas não tantos, assim,
que a Madrugada não rompa!!!
António Cardoso