Monday, 27 January 2025

poema passageiro

 
dentro meu peito vivem animais
de garras dilacerantes.
dentro do meu peito batem asas
morcegos ou vampiros.
porquanto a dor nos consome as veias,
e o negro nos cobre as almas,
tudo é escuro, como a negritude.
vale-nos que nascerá da esterilidade
sempre
o sorriso de existir e poder sentir
que não há sentido na luz se não vivermos a escuridão.

Miguel Tiago