tudo era um sonho, ainda difuso, quando o ar da manhã entrou no quarto
após ter pensado em tomar um café mas ter-me limitado a abrir a janela.
não há corpos habituais nos meus lençóis nem odor na casa que é minha
apesar de nada ter meu. a falta que me fazes hoje era-me absolutamente
desconhecida ontem.
um naufrágio durante a noite desgrenhara-me até à alma.
os raios do sol entravam ainda frescos pela janela aberta e o teu cabelo
brilhava na cama mesmo ao meu lado. a realidade era afinal o sonho e eu
não fui tomar café.
VL