Sunday 27 November 2016

MAS GALOPAS


A galope
um cavaleiro atravessava a noite.
Inútil perguntar-lhe
o que levava. Galopava.

À desfilada
atravessava noites, abismos, cidades.
Não lhe perguntásseis de onde veio,
aonde ia. Galopava.

Furacão
vingador, arcanjo desencadeado
que resta do que foste? Já não és fogo
nem vento. És cinza, pó.
Mas galopas.

Papiniano Carlos