Eram campos campos campos
abertos de humanidade
era um vento que rasgava
apenas a claridade.
Eram palavras jorrando
de um olhar de escaravelho
era um homem inventando
a grandeza de ser velho.
Era terra fome sede
urze tojo trigo vinho
alcateia e almocreve
alfazema e rosmaninho.
Era um fogo aprisionado
uma explosão de romãs.
Era um menino alumbrado
entre as pernas da manhã.
José Carlos Ary dos Santos