Wednesday 9 September 2015
Pequenos enredos para as pessoas, sem imaginação nem ouvidos para gozos tímbricos, ouvirem Schonberg e os seus descendentes
1
Naquela roseira do jardim geométrico
nasceu uma rosa de metal
a cheirar a gumes...
E ali ficou
à espera que um príncipe,
hirto de amor,
a arrebate
com delicadeza de dedos de alicate.
2
(Esta música também já tem os seus lugares-comuns.)
Mistério evidente com tantãs
e o breve sopro
que deixa na cara
o lençol da agonia...
Mas eu prefiro o outro,
o mistério difícil
em que ninguém repara
das rosas cansadas do dia a dia.
José Gomes Ferreira