Monday 18 May 2015

VULNERÁVEL


Tiro o resguardo do peito
entreabro o seu postigo
destranco as portas da alma
*
Derramo a luz onde era a calma
a casa aberta ao ladrão
sou vítima do que persigo
*
Dou-te as chaves se me pedes
escrevo do cofre o segredo
sou a sombra do meu medo
mas o meu susto desdigo
*
Chamo os linces que farejam
o sangue a dor e o vento
trago os chacais rastejando
por dentro do sofrimento


Maria Teresa Horta