Tuesday 6 November 2012

- sem título -


cerro as mãos e agarro o vazio,
volto-as abertas e olho o rodopio
de nada que as abandona.

escuto-me em vão,
nem o vento.

sopra apenas um ar parado,
no lugar que me esgota o peito.

em vão,
nem o vento.

acordo de um delírio
e percebo que afinal nunca dormi, estive sempre acordado.

em vão,

nem

o

vento.


Miguel Tiago