Tuesday 27 September 2011

Poema

(A meu lado na carruagem-restaurante,
um pedante faz muitos gestos para exibir
o brasão do anel.)


Também tenho brasão.
Este:

Em campo agreste,
oculta na bainha,
uma espada
com altivez de cipreste
- a lutar sozinha
contra a morte a fingir de acordada.

(Lema do meu brasão)

Viva a solidão!
que cerra mais e mais
os punhos dos homens
- para terem a ilusão
dos dedos iguais.


José Gomes Ferreira