Tuesday 12 January 2010

Perenidade

Nada no mundo se repete.
Nenhuma hora é igual à que passou.
Cada fruto que vem cria e promete
uma doçura que ninguém provou.

Mas a vida deseja
em cada recomeço o mesmo fim.
E a borboleta, mal desperta, adeja
pelas ruas floridas do jardim.

Homem novo que vens, olha a beleza!
Olha a graça que o teu instinto pede.
Tira da natureza
o luxo eterno que ela te concede.


Miguel Torga